A Polícia Rodoviária Federal foi criada em 24 de julho 1928 no governo do presidente Washington Luís, com a denominação de "Polícia das Estradas".
Está presente em todas as unidades da federação e é administrada pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), com sede em Brasília/DF. Os estados são divididos em unidades administrativas chamadas de Regionais. Uma regional pode ser uma "Superintendência", no caso de estados maiores, ou um "Distrito", em estados menores. Algumas regionais englobam mais de um estado brasileiro. As regionais são divididas em "Delegacias", que coordenam os postos ou Unidades Operacionais (bases de fiscalização).
Atualmente a PRF possui mais de quatrocentos postos de fiscalização nos mais diversos municípios brasileiros, proporcionando à estrutura do órgão uma capilaridade que poucas instituições nacionais possuem.
A PRF, assim como outras polícias, também é dotada de unidades de policiamento especializadas, como o Núcleo de Operações Especiais (NOE), cujos integrantes recebem treinamento especializado para atuar em ações específicas - como em Operações de Controle de Distúrbios, Ações Táticas, Anti e Contra Bombas, Tiro de Precisão, ações em área de caatinga etc.
As Equipes de Patrulha (RONDA) contam com Policiais altamente qualificados para as mais diversas situações encontradas nas rodovias federais, sendo que muitos desses agentes possuem especializações do mesmo nível dos que trabalham nos Núcleos de Operações Especiais (NOE).
Em Goiás, a PRF chegou em 1958 e este ano está completando 55 anos. O primeiro grupo de PRF era composto de treze servidores para trabalharem em três BRs.
Três tesouros vivos da PRF em Goiás
Inspetores Flamínio, Souza e Wilson são exemplos de dedicação e amor pela PRF
Quando se fala em história e trajetória, fala-se em pessoas, pois caminhos não são trilhados se não houver quem os desbrave. No início dos trabalhos da Polícia Rodoviária Federal em Goiás não foi diferente. Aqui, o caminho foi aberto por 13 corajosos pioneiros, que aceitaram o desafio de plantar, em Goiás, as sementes do que viria a ser, hoje, a PRF.
Deste grupo de visionários, três ainda continuam nos presenteando com sua convivência. Desbravadores da honrosa primeira turma, os inspetores Antônio Aparecido Flamínio, 78, João Marques de Souza e Wilson Salles Brasil, ambos com 79 anos de idade, são a memória viva desta corporação, que se orgulha de sua história: do seu passado e do seu presente.
A história da PRF em Goiás começou a ser escrita em outubro de 1958, com a realização do primeiro concurso. Naquela época, a única exigência era que o candidato soubesse dirigir um carro. Não exigia-se escolaridade e nem se oferecia bons salários. O trabalho era, antes de tudo, uma vocação, ainda que descoberta já trabalhando. “Eu ouvi falar sobre a PRF e me pareceu ser uma polícia diferente das outras. Foi isso que me atraiu”, conta Wilson Salles.
Aprovados no concurso, mas com importante tarefa de para começar a escrever história da PRF em Goiás, os 13 pioneiros tomaram posse no dia 8 de abril de 1959 e, no dia posterior, já iniciaram os trabalhos como policiais. “Chegaram pra gente e disseram: ‘Agora vocês são policias rodoviários’. E não deram nenhum tipo de instrução”, lembra Flamínio. O curso de formação que os ingressantes recebem nos dias de hoje não existia naquela época. Aprendia-se tudo no cotidiano.
E o dia-a-dia não era fácil. O trabalho era árduo e a estrutura oferecida, péssima. Os postos construídos nas rodovias não passavam de uma palhoça, medindo 2 x 2 m². Havia apenas uma viatura para patrulhamento, uma rural, que não funcionava bem. Eram policiais, mas não tinham armas. Elas não eram oferecidas pelo departamento responsável pelos PRFs na época, o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Se algum deles tinha armas, eram particulares. “E mesmo assim nem todos sabiam atirar, só tinham a arma. Aliás, nem todos sabiam guiar (a rural) direito. Um ajudando o outro, a gente tinha que se virar”, declara Souza.
O trabalho desse grupo de desbravadores era patrulhar três rodovias federais existentes à época, que ligavam as cidades de Porangatu a Itumbiara (BR153), Brasília a Catalão (BR050) e Goiânia a Brasília(BR060), sendo que somente a última era asfaltada. “Lembro-me do primeiro acidente que atendi. A vítima era um cidadão de Formosa. Tive que preencher o boletim após instruções rápidas de como elaborar um. Era complicado, mas conseguimos realizar nosso trabalho e fazer que a PRF fosse reconhecida pela sociedade.Valeu a pena”, afirma Wilson Salles. “É isso o mais gratificante. Sinto-me realizado por ver a polícia com o status que ela tem hoje”, acrescenta Flamínio. Inspetor Souza define ainda: “A PRF faz parte da minha vida, pois formamos uma família. Se tivesse que começar tudo de novo, eu começaria, mesmo com todas as dificuldades”, assegura.
O início dos 55 anos da PRF em Goiás foi construído com coragem, dedicação, respeito e honra, por 13 pioneiros, entre eles os que ainda estão vivos para contar essa história e que revelam o amor que sentem pelo cargo que exerceram e pela instituição. Para os atuais e futuros policiais rodoviários federais, fica o exemplo e a inspiração de quem ajudou a construir a história da PRF em Goiás, exemplos honra e dignidade a seguir por todos que escolheram a PRF como sua segunda casa.
OBS: Amanhã, 24/07, na BR 060, posto PRF de Anápolis, esses três policiais estarão de volta ao local onde nasceu a PRF em Goiás para serem homenageados. Viaturas oficiais da época estão expostas no local, um Jeep ano1975 um VW fusca ano 1974 e Harley Davidson ano 1969 e o primeiro boletim de acidente registrado em Goiás. Os pioneiros chegarão ao local em um ônibus de época. O fusca e o ônibus foram usados no filme "Dois filhos de Francisco".
Fonte: PRF/GO