O policial federal Luiz Eduardo Silva Rodrigues, 46 anos, é suspeito de matar o agente penitenciário Victor Hugo Alves de Frias, 27, na tarde desta terça-feira (15), na Linha Vermelha, no sentido Baixada Fluminense, altura do Parque das Missões, em Duque de Caxias (RJ).
Segundo testemunhas, depois de uma discussão de trânsito e uma batida, a vítima teria apontado uma arma para o agente federal, que atirou, em legítima defesa. De acordo com o delegado titular da 59ª DP (Duque de Caxias), Cláudio Vieira Campos, onde o caso foi registrado, há três hipóteses para o crime: tentativa de assalto, sequestro ou bala perdida. A primeira delas aponta para desentendimento no trânsito.
De acordo com informações do Batalhão Policial de Vias Especiais, da Polícia Militar, agentes foram acionados por volta das 14h30 para atender a um acidente de trânsito. O carro de Vitor Hugo estava 800 metros à frente do veículo do policial federal. Segundo o batalhão, Victor dirigia o Fiat Brava KRK-4263 quando se envolveu num acidente com o Honda Fit LKX-4537, conduzido por Rodrigues, que seguia para o Sul Fluminense com a mulher.
Após bater na traseira do Honda, um homem — que a polícia investiga se é Victor — teria discutido com Rodrigues e sacado a arma. O suspeito reagiu e fez um disparo, colidindo em seguida na mureta. O tiro atingiu o agente na axila e atravessou seu coração. Vitor foi encontrado morto no local, dentro do carro.
Após o caso, o policial federal se apresentou na delegacia para depor, escoltado por colegas de trabalho, e foi ouvido por mais de duas horas. Segundo o delegado Claudio Vieira, no registro de ocorrência, o policial falou que a briga teria acontecido após a vítima bater na traseira do seu carro e que teria reagido a uma tentativa de assalto, em legítima defesa, já que a vítima teria sacado uma arma e apontado na direção dele.
Vieira disse que Luiz Eduardo — que foi sozinho ao Hospital de Saracuruna fazer exames — afirmou que um motorista viu dois homens saírem do carro da vítima, pouco depois do disparo. O delegado contou ainda que é necessário confrontar o horário do acidente com o horário da chegada do policial militar ao local. “A vítima poderia estar sendo sequestrada”.
A segunda hipótese sugere suposto sequestro de Victor Hugo por dois homens, que, conforme depoimento de testemunha apresentada pela PF, teriam fugido para dentro de favela, após o carro do agente penitenciário ter batido na mureta. “A terceira possibilidade seria bala perdida: o policial teria reagido a uma possível abordagem dos sequestradores e feito o disparo que atingiu o agente penitenciário”, disse o delegado Cláudio Vieira.
O tiro atingiu o agente Victor Hugo Frias na axila e atravessou seu coração. No carro da vítima, foi encontrada uma pistola de brinquedo. O advogado Alexandre Frias, pai da vítima, passava perto da delegacia quando viu o carro do filho. “Meu filho era da Secretaria de Segurança Pública e podia andar armado, por que ele andaria com uma arma de brinquedo? Ele nunca andou armado”, disse. A polícia, no entanto, informou que o caso está sendo investigado e nenhuma hipótese está descartada.
Policiais foram ao local para procurar testemunhas e câmeras de segurança que possam colaborar com as investigações. A família do agente penitenciário foi ouvida e o delegado aguarda outras testemunhas. O corpo foi encaminhado ao (IML) Instituto Médico Legal. O carro onde ele foi encontrado também será periciado, bem como a suposta arma de brinquedo.
Fontes: Folha Press, Portal Terra, Extra, O Dia e R-7, com Redação