A Polícia Rodoviária Federal está fazendo uma campanha para mostrar que muitos motoristas se arriscam nas estradas ao teimar em desobedecer às leis de trânsito, mesmo depois de terem sido flagrados.
Os motoristas são parados para receber instruções de segurança na estrada. É o primeiro momento da operação. Outros são convidados a assistir a um filme no cinema rodoviário.
O que os motoristas nem imaginam é que, mesmo depois de receber as instruções de segurança, vão continuar sendo monitorados pela Polícia Rodoviária Federal. Na pista, serão seguidos por uma viatura descaracterizada e também por um helicóptero.
O motorista da caminhonete que tinha acabado de receber orientações é flagrado minutos depois numa ultrapassagem em local proibido.
Outro que tinha assistido ao filme também cometeu logo em seguida outra infração gravíssima: passou a mais de 120 km/h onde a velocidade máxima é de 80 km/h.
Os motoristas são parados novamente. Aí vêm as justificativas: “A estrada não estava sinalizada direito”, afirma um motorista.
“Os caras me seguraram muito tempo vendo filme lá. Estou indo pro aeroporto”, diz outro motorista.
Neste segundo momento não tem mais conversa. Eles são multados.
“Ultrapassar em faixa contínua não tem desculpa. Excesso de velocidade, não tem desculpa. Porque pra tudo a gente arranja uma desculpa. É por isso que a tragédia do trânsito está do tamanho que está”, afirma Davi Duarte, especialista em trânsito.
Durante a operação, a falta de educação no trânsito se repetiu dezenas de vezes.
“Não adianta a polícia investir em educação para o trânsito se as pessoas simplesmente depois que entrarem no veículo não mudarem de atitude”, diz José Teógenes Abreu, inspetor PRF.
Oito em cada dez motoristas que receberam orientações cometeram infrações logo depois. Em relação ao ano passado de janeiro até setembro, houve uma queda de 18% no número de mortes nas rodovias brasileiras. Mas a imprudência continua matando muito. No mesmo período, em 2015, foram mais de cinco mil mortes.
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Fonte: Jornal Nacional
