Ao formarmos uma opinião a cerca de qualquer assunto, devemos, primeiramente, buscar conhecimento sobre a pauta em questão. A informação é um ponto chave para entendermos as circunstâncias que envolvem, por exemplo, uma decisão. Caso contrário, um grande equívoco poderá ocorrer e acarretar prejuízos irreparáveis. No entanto, há de se ter tempo hábil para repassar as informações aos interessados antes da tomada da decisão, o que não ocorrera durante a reta final da negociação com o governo federal, que adotou a estratégica de deixar tudo para a reta final.
O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais em Goiás (SINPRF-GO) vivenciou essa premissa após fechar acordo com o Governo Federal para o fim da greve da categoria, que teve início, efetivamente, no dia 24 de agosto e se encerrou no dia 29 do mesmo mês. Ao negociar o fim do movimento e aceitar a proposta do Ministério do Planejamento (MPOG), o Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), do qual o presidente em exercício do SINPRF-GO, Renato Dias, integra, gerou, em parte da categoria, um sentimento de polêmica e incompreensão.
Essa contestação se ascendeu porque a proposta de índice de reajuste de 15,8%, dividido em três vezes, não atendeu a expectativa dos policiais rodoviários federais. De fato, um aumento irrisório, que não atingiu as reivindicações e as necessidades da categoria, no que se refere à correção das distorções salariais.
Porém, o acordo firmado não contemplou somente o reajuste. A negociação prevê o reconhecimento do nível superior para o cargo de policial rodoviário federal (PRF), que era a pauta prioritária e de grande relevância para a categoria, e o fim do limitador de 50% para a progressão na carreira, além da alteração dos nomes das classes da carreira para 1ª, 2ª, 3ª e Classe Especial, como ocorrem com a carreira de nível superior dos Delegados Federais. Sem dúvidas, a conquista em lei do reconhecimento de nível superior foi uma vitória histórica para os policiais rodoviários federais, que romperá a trava salarial de maior salário de nível intermediário para o menor salário do nível superior, além de reconhecer as inúmeras atribuições existentes na carreira de PRF que são pertinentes de carreiras de nível superior.
Com o intuito de esclarecer os termos e os motivos da aceitação e de fechamento do acordo com o MPOG, e de ainda elucidar os pontos firmados aos policiais rodoviários goianos, o presidente em exercício do SINPRF-GO, Renato Dias, tem percorrido as delegacias da PRF no Estado palestrando sobre o tema.
Das sete delegacias regionais, além da sede da Regional, o presidente em exercício já passou pelas unidades de Goiânia, Catalão, Anápolis , Morrinhos e Itumbiara. Ao chegar às delegacias, Renato se deparou com a mesma situação: parte do efetivo era a favor e outra parte era contra ao acordo. Pois bem, depois de explanar aos policiais todas as tentativas com inúmeras tabelas salariais, de explicar que todas as possibilidades elaboradas foram expostas ao Governo, que o Conselho de Representantes da FenaPRF tentou todas as formas de negociação, que outras propostas e contrapropostas foram apresentadas e que, diante às negativas do Governo, o acordo firmado foi a melhor opção possível no momento, principalmente pelo nível superior, outra situação foi verificada no final de cada reunião: por unanimidade, os policiais federais concordaram que, realmente, o acordo deveria ser aceito. Isto ocorreu em Anápolis, Catalão e Itumbiara, cujos encontros reuniram 33, 17 e 19 PRFs respectivamente, dentre ativos e aposentados, conforme lista assinada em todas as reuniões. Já na primeira reunião realizada na sede do sindicato para os filiados que residem na capital, com lotações na sede e na 1ª Delegacia/Goiânia, além dos colegas aposentados, compareceram 45 policiais, que após a palestra sobre o acordo e esclarecidas todas as dúvidas, feita a enquete o resultado foi o seguinte: 2 abstenções, 4 votos pelo “NÃO” ao acordo e 39 votos pela efetivação do acordo, aceitando a proposta do governo.
Para o presidente em exercício Renato Dias, a discordância dos policiais com o acordo se resumia na falta de esclarecimentos e de informações. “Nós do Conselho que votamos pelo acordo possuíamos informações que a categoria não tinha. Levá-las a eles, foi essencial para que todos ficassem a par das situações e para que, posteriormente, concordassem com o nosso posicionamento”, esclarece. O presidente do SINPFR-GO ainda irá às delegacias de Rio Verde, Jataí e Porangatu para fazer os mesmos esclarecimentos aos policiais rodoviários federais. “É importante mantermos a comunicação com o efetivo, para que todos entendam o processo que culminou no fechamento do acordo”, destaca Renato Dias.
Autor/Fonte: Comunicação SINPRFGO
